http://repositorio.unb.br/handle/10482/53325| Fichero | Descripción | Tamaño | Formato | |
|---|---|---|---|---|
| 2025_MariaRaquelGomesMaiaPires_DISSERT.pdf | 1,12 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
| Título : | O estatuto da mentira poética em Nietzsche |
| Autor : | Pires, Maria Raquel Gomes Maia |
| Orientador(es):: | Garcia, André Luis Muniz |
| Assunto:: | Mentira poética Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844-1900 - crítica e interpretação Metáfora |
| Fecha de publicación : | 2-dic-2025 |
| Data de defesa:: | 6-may-2025 |
| Citación : | PIRES, Maria Raquel Gomes Maia. O estatuto da mentira poética em Nietzsche. 2025. 108 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
| Resumen : | Esta dissertação de Mestrado investiga o estatuto da mentira poética na filosofia de Nietzsche. Por mentira poética entendemos um discurso fundado em artifícios artísticos (metáforas) que problematizam a função semântica da linguagem. Como argumentos centrais do estudo, defendemos: i- o estatuto da mentira poética na filosofia de Nietzsche não remete a uma crítica do caráter lógico-especulativo da linguagem, ou seja, dos fundamentos do conhecimento, mas tem uma abordagem estética específica, a saber: possibilitar uma reflexão sobre uma linguagem liberada da função referencial; ii- a mentira poética em Nietzsche não se opõe à verdade, mas se apresenta como manifestação de certo “ceticismo linguístico”; iii- o ceticismo linguístico seria, então, uma das chaves para o entendimento da mentira como linguagem poética fundada na metáfora, em Nietzsche. Seguindo essas coordenadas teóricas, o primeiro capítulo inicia com uma contextualização do objeto de pesquisa, em que apresentamos o problema da mentira na Pesquisa Nietzsche, a partir da análise do ensaio não publicado Verdade e mentira no sentido extramoral (WL). Concorrem, a nosso ver, as seguintes interpretações: i- a primeira, hegemônica, concebe a mentira (aparência, engano, falso, ilusão) como impulso do ser humano necessário ao conhecimento (portanto, “verdadeiro”) que aprisionaria a metáfora, no âmbito da linguagem; ii- em contraponto, interpretações como a do pesquisador Claus Zittel, em quem nos baseamos, defendem o caráter autorreferente, relacional, contestador da função semântica da linguagem presente na metáfora. Recomposto o debate da Pesquisa Nietzsche sobre as interpretações da metáfora em WL, realizamos nossa interpretação do estatuto da mentira poética nesse ensaio sob o seguinte fio condutor: a mentira poética – discurso fundado nas metáforas do mentiroso/poeta/artista – desestabiliza as convenções disciplinadas pelos conceitos, estratégia fundamental para o que denominamos ceticismo linguístico. A mentira poética se assenta numa concepção de metáfora que supera a clássica dicotomia entre sentido literal e figurado. Uma vez interpretada a mentira poética em WL, passamos à leitura de Humano, demasiado humano (MA). A partir da intertextualidade, procedemos nossa investigação sobre o estatuto da mentira poética em MA a par da premissa sobre os avanços na noção de metáfora e sobre o ceticismo linguístico em WL (capítulo 1). No argumento central, destacamos que a fórmula da(o) artista/poeta como enganador, nessas obras, são “pontes” (metáforas) para a discussão da mentira nas poéticas gregas, com ênfase nas seguintes características: i- a ambiguidade da relação entre “verdade” e “mentira” na tradição do discurso poético; ii- o destaque à representação literária da métis (divindade que subsidiou o imaginário grego em torno da astúcia, inteligência, esperteza, magia) da(o) artista/poeta na habilidade de contar histórias, de narrar mitos; iii- o engano como dimensão artística da linguagem que acentua a crise do primado semântico. Nossa pesquisa sobre o estatuto da mentira poética como discurso que questiona a primazia semântica da linguagem aponta para a pertinência de considerarmos o ceticismo no âmbito da crise da linguagem, assumida por Nietzsche ao longo de praticamente toda sua filosofia. |
| Abstract: | This dissertation investigates the institution of the poetic lie in Nietzsche’s philosophy. By poetic lie we understand a discourse based on artistic artifices (metaphors) that problematize the semantic function of language. As the study’s central arguments, we defend: i- the institution of the poetic lie in Nietzsche’s philosophy does not refer to a critique of the logicalspeculative character of language, i.e., the foundations of knowledge, but has specific aesthetic approach, namely: enabling reflection on language freed from the referential function; ii- the poetic lie in Nietzsche is not opposed to the truth, but presents itself as a manifestation of a certain “linguistic skepticism”; iii- linguistic skepticism would be, then, one of the keys to understand the lie as poetic language based on metaphor, in Nietzsche. Following these theoretical coordinates, the first chapter brings contextualization of the research object, in which we present the problem of the lie in Nietzsche Studies, based on the analysis of the unpublished essay On Truth and Lie in an Extramoral Sense (WL). In our view, these interpretations compete: i- the first, hegemonic, conceives the lie (appearance, deception, falsehood, illusion) as an impulse of the human being necessary for knowledge (therefore, “true”) that would imprison metaphor in the realm of language; ii- in contrast, interpretations such as the researcher Claus Zittel’s, on whom we are based, defend the self-referential, relational, challenging character of language’s semantic function present in the metaphor. Having recomposed the Nietzsche Studies debate on metaphor interpretations in WL, we perform our interpretation of the institution of the poetic lie in this essay through the following guiding thread: the poetic lie – a discourse based on the metaphors of the liar/poet/artist – destabilizes the conventions disciplined by concepts, a fundamental strategy for what we call linguistic skepticism. Poetic lie is based on a conception of metaphor that overcomes the classic dichotomy between literal and figurative meaning. Once the poetic lie in WL has been interpreted, we move on to Human, All Too Human (MA). Through intertextuality, we continue the investigation on the institution of the poetic lie in MA along with the premise of the advances in the notion of metaphor and on linguistic skepticism in WL (chapter 1). In the central argument, we highlight that the formula of the artist/poet as deceiver, in these works, are “bridges” (metaphors) for the discussion of the lie in Greek poetics, with emphasis on these characteristics: i- the ambiguity of the relationship between “truth” and “lie” in poetic discourse tradition; ii- the emphasis on the literary representation of métis (deity that subsidized the Greek imagination around cunning, intelligence, cleverness, magic) of the artist/poet in the ability to tell stories, to narrate myths; III- deception as an artistic dimension of language that accentuates the crisis of semantic primacy. Our research on the institution of the poetic lie as discourse that questions the semantic primacy of language points to the pertinence of considering skepticism in the context of the crisis of language, assumed by Nietzsche throughout practically all of his philosophy. |
| metadata.dc.description.unidade: | Instituto de Ciências Humanas (ICH) Departamento de Filosofia (ICH FIL) |
| Descripción : | Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2025. |
| metadata.dc.description.ppg: | Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
| Licença:: | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data. |
| Aparece en las colecciones: | Teses, dissertações e produtos pós-doutorado |
Los ítems de DSpace están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, a menos que se indique lo contrario.