Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.unb.br/handle/10482/52882
Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
EllenDaianeCintra_TESE.pdf36,36 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Título: Insubmissa educacao negra : sentidos e significados das vozes e fazeres de professoras(es) negras(os) no Brasil e nos EUA
Autor(es): Cintra, Éllen Daiane
Orientador(es): Devechi, Catia Piccolo Viero
Assunto: Antinegritude
Etnicidade
Professores
Negros
Formação de professores
Relações étnico-raciais
Data de publicação: 23-out-2025
Referência: CINTRA, Éllen Daiane. Insubmissa educacao negra: sentidos e significados das vozes e fazeres de professoras(es) negras(os) no Brasil e nos EUA. 2024. 307 f., il. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Esta pesquisa de doutorado tem por objetivo compreender, de forma relacional, os sentidos e significados da educação da, para a e feita pela População Negra conforme compreendida por professoras (es) negras (os) da Educação Básica no Brasil e nos Estados Unidos. Para tanto, considerou a diversidade de rastros, ou vestígios, como fotografias, literatura autobiográfica ou de ficção, reportagens e publicações em meios físicos ou online, relatos pessoais, obras artísticas, expressões corporais, manifestos pela vida de pessoas negras e suas organizações, músicas e as narrativas autobiográficas de professoras (es) negras (es) coletadas a partir de entrevistas narrativas semiestruturadas. Como fundamento teórico, este trabalho reconhece a antinegritude como princípio fundante (Hartman, 1997; Sharpe, 2016; Vargas, 2017, 2020, 2021a, 2021b). Busca, a partir dessa perspectiva, compreender como a morte social (Patterson, 1982), a sobrevida da escravidão (Hartman, 2007), a transformação do corpo negro em carne negra e a desgenerificação (Spillers, 1987) se manifestam na e a partir da educação. Como parte de um fazer indisciplinado, propõem-se 7 revoltas metafóricas, como formas de “desdar” as voltas ou caminhar em sentido contrário às voltas forçadas ao redor da árvore do esquecimento em direção à porta do não retorno (Brand, 2001). Nesse sentido, buscou-se zerar o jogo (Vargas, 2021b), centrando em análises, propostas teórico-metodológicas e gramáticas que partem de perspectivas e contranarrativas negras para a compreensão de nossas experiências sociais e educativas no Mundo Social. Parte-se, então, de breve discussão sobre racismo e antinegritude, e como a negação ontológica e social da pessoa negra fundamenta a humanidade, como exemplificado em dados educacionais e casos que ilustram uma pedagogia da crueldade, sofrimento e cerceamento dentro e fora das escolas. Em seguida, consideram-se os contextos contemporâneos e as disputas em torno da consolidação da educação das e para as relações étnico-raciais para que se possa analisar os processos que estruturam e acompanham a implementação das Leis nº 10.639/03 e 11.645/08, no Brasil, e os Estudos Étnicos, nos EUA. Entre outros, compartilham-se iniciativas individuais e/ou coletivamente organizadas por educadoras(es) negras(os) nos dois países, presentes nos arquivos e fruto de entrevistas narrativas semiestruturadas, para que se possa conhecer e analisar experiências que podem fomentar a imaginação radical, o trabalho de estado de alerta e o pensamento negritadamente crítico-reflexivo, necessários para a humanização de todas as pessoas. Por fim, empreende-se fazeres analíticos indisciplinados (Sharpe, 2016) e emprega-se a “trançagem” como ferramenta metodológica-analítica para a interpretação crítica das entrevistas a partir das 7 dimensões: 1) afeto, 2) presença-memória ancestral, 3) senso de comunidade, 4) identidade, 5) aprendizagem, 6) violências e 7) futuridades, que são trançadas a partir das 3 categorias – escola, estudantes, docência, evidenciando os sentidos e significados atribuídos às últimas. Como principais achados, destacam-se uma Tradição Negra Educadora que permanece interconectada, a partir de seus fazeres, na Améfrica Ladina (Gonzalez, 2018) e busca ressignificar e/ou construir outros sentidos para a humanidade e humanização em vista da antinegritude, que marca as experiências sociais das pessoas negras de forma específica. Além disso, o (auto)reconhecimento no alunado negro enquanto futuridade, inclusive para as próprias(os) docentes, revela possibilidades de construção de comunidades pedagógicas e parcerias fundamentais, especialmente com outras(os) professoras(es), especialmente negras(os), como alento e encantamento. Isso convida pessoas não negras à reflexão e mobilização para o aprendizado e comprometimento de um trato e abordagem humanizada – não superrepresentada – das mais variadas perspectivas étnico-raciais na escola, cuja responsabilidade cabe, exclusivamente, a elas e ao Estado. Aponto, por fim, que educação e educação da população negra não carregam os mesmos sentidos e significados.
Abstract: This doctoral research aims to understand, in a relational way, the meanings and significance of education of, for, and by the Black population as understood by Black teachers in basic education in Brazil and the United States. It considered various traces or vestiges, such as photographs, oral narratives, autobiographical or fictional literature, news reports and coverage in physical or online media, personal accounts, visual arts, bodily expressions, manifestos for the lives of Black people and their organizations, music, and autobiographical oral narratives of Black teachers collected through semi-structured narrative interviews. As a theoretical foundation, this work recognizes anti-Blackness as a founding principle (Hartman, 1997; Sharpe, 2016; Vargas, 2017, 2020, 2021a, 2021b). From this perspective, it seeks to understand how social death (Patterson, 1982), the afterlife of slavery (Hartman, 2007), the transformation of the Black body into Black flesh, and the loss of gender (Spillers, 1987) manifest in and through education. As part of an undisciplined approach, 7 metaphorical revolts are proposed as ways to "un-turn" the turns or walk in the opposite direction of the forced turns around the tree of forgetting towards the door of no return (Brand, 2001). In this sense, it sought to reset the game (Vargas, 2021b), focusing on analyses, theoretical-methodological proposals, and grammars that start from Black perspectives and counter-narratives to understand our social and educational experiences in the Social World. It begins with a brief discussion of racism and anti-Blackness and how the ontological and social denial of the Black person grounds humanity, as exemplified in educational data and cases that illustrate a pedagogy of cruelty, suffering, and restriction inside and outside schools. Then, it considers contemporary contexts and disputes surrounding the consolidation of education of and for ethnic-racial relations to analyze the processes that structure and accompany the implementation of Bills No. 10.639/03 and 11.645/08 in Brazil, and Ethnic Studies in the USA. Among others, individual and/or collectively organized initiatives by Black educators in both countries are shared, present in the archives and resulting from semi-structured interviews, so that experiences that can foster radical imagination, alertness work, and Blackly critical-reflexive thinking, necessary for the humanization of all people, can be known and analyzed. Finally, it undertakes undisciplined analytical practices (Sharpe, 2016) and employs “braiding” (trançagem) as a methodologicalanalytical tool for the critical interpretation of interviews based on 7 dimensions: 1) affect, 2) ancestral presence-memory, 3) sense of community, 4) identity, 5) learning, 6) violence, and 7) futurities, which are braided from the 3 categories - school, students, teaching, evidencing the meanings and significance attributed to the latter. As main findings, a Black Educating Tradition that remains interconnected through its practices in Améfrica Ladina (Gonzalez, 2018) stands out and seeks to resignify and/or construct other meanings for humanity and humanization in view of anti-Blackness, which specifically marks the social experiences of Black people. Furthermore, the (self)recognition in Black students as futurity, including for the teachers themselves, reveals possibilities for building pedagogical communities and fundamental partnerships, especially with other teachers, particularly Black ones, as encouragement and enchantment. This invites non-Black people to reflect and mobilize for learning and commitment to a humanized - not over-represented - treatment and approach of the most varied ethnic-racial perspectives in school, whose responsibility lies exclusively with them and the State. Finally, I point out that education and education of the Black population do not carry the same meanings and significance.
Unidade Acadêmica: Faculdade de Educação (FE)
Informações adicionais: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2024.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.