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Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.unb.br/handle/10482/52074
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Title: Do som cósmico à paisagem sonora : pode uma ontologia da emergência fundamentar a epistemologia de uma geografia sônica : (ensaio reflexivo)
Authors: Oliveira, Nina Puglia
Orientador(es):: Reis Júnior, Dante Flávio da Costa
Assunto:: Linguagem sonora
Sistemas complexos
Ondas sonoras
Issue Date: 22-Apr-2025
Citation: OLIVEIRA, Nina Puglia. Do som cósmico à paisagem sonora: pode uma ontologia da emergência fundamentar a epistemologia de uma geografia sônica: (ensaio reflexivo). 2024. 205 f., il. Tese (Doutorado em Geografia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Abstract: Como todo campo científico, a Geografia tem seus modos de modelar e de avaliar fenômenos construídos segundo perspectivas filosóficas (esses modos poderiam ser condicionados por visões sobre mudança e complexificação, por exemplo). Nesta Tese, sugerimos a possibilidade de certas metateorias vinculadas ao pensamento sistêmico (sobre “complexidade” e “emergência”, em particular) instruírem, filosoficamente, a definição de um novo subcampo de estudos em ciência geográfica: o da “Geografia Sônica”. Neste sentido, enunciamos como sendo nosso problema-guia a seguinte indagação: o fenômeno Som, tendo se manifestado em etapas sucessivas da evolução do Cosmos, pode constituir-se como entidade que colaboraria a efetivar a histórica pretensão da Geografia – qual seja, a de tratar, de modo integrado, aspectos compreendidos como sendo “físicos” e “humanos”? Entendemos que a procura por uma resposta a este objeto de reflexão se justifica por duas razões. Primeiramente, por embutir uma tentativa de trazer para o campo geográfico filosofias que não costumam ser tão aproveitadas pelos epistemólogos de ciências sociais (talvez, devido a um preconceito contra perspectivas entendidas como naturalistas). Em segundo lugar, pensamos que se justifica por advertir a comunidade geográfica sobre a condição do fenômeno sonoro ser ainda um dado subexplorado na análise das paisagens (negligenciando-se seu poder de revelar, justamente, o caráter híbrido e conectivo da natureza). Por isso, os objetivos de nosso ensaio reflexivo terminam cobrindo duas respectivas intenções (ambas, contudo, de caráter teórico – pois não chegamos à fase dos estudos aplicados): [1. na escala ontológica] atribuir ao Som o papel de entidade que narra a complexificação do Cosmos (dados científicos demonstrariam sua ressurgência em dimensões sucessivas e emergentes – física, biológica e cultural, no caso); e [2. na escala epistemológica] conferir à Geografia uma possibilidade alternativa a que realize seu ideal secular (pois, sob uma forma de “espelho” daquelas dimensões emergentes, “Paisagens Sonoras” concentrariam a sobreposição de aspectos materiais, orgânicos e sociais). O pressuposto de base é que esse eventual subcampo “sônico” constituído seria, no fim, uma espécie de Geografia Cultural de alta complexidade – singular, mas sem abrir mão de ser subministrada por dados tanto acústico-ambientais (dimensão física do Som), quanto fisiológico-perceptivos (dimensão biológica do Som). No plano do método, executamos o estudo empreendendo o desafio intelectual de compatibilizar literaturas de várias procedências. O desenvolvimento da ideia de uma ciência geográfica que, historicamente, está em busca de métodos fiéis ao desígnio de estudar a Terra como estrutura integrada precisou, por exemplo, ser antecedido por uma história metafísica da própria Terra – etapa preliminar em que, precisamente, procuramos proceder à demonstração de que ela terminou sendo palco para que o fluxo evolutivo do Som fosse encontrando contextos de manifestação cada vez mais complexos: da atmosfera à biosfera; da biosfera à sociosfera. Embora reconhecendo que não foi, propriamente, “testada” uma hipótese implícita (a do valor de uma Geografia Sônica como reconstituinte do antigo propósito filosófico da disciplina), entendemos ter sido possível concluir o seguinte: para não restar na mera retórica de uma ciência diferenciada por ser conectiva, cabe à produção de conhecimento geográfico de fato examinar a constituição multidimensional de seu objeto. E não sucumbir à tentação de ver no humanismo o maior grau possível de complexidade. A dimensão do humano, a chamada realidade sociocultural, não está assentada em processos de todo autonômicos. E o Som seria um fator a demonstrar-nos que os sistemas espaciais de comunicação humana estão associados a processos fisiológicos também verificados em alguns outros sistemas vivos, tanto como permanecem dependentes de processos físicos ligados a sistemas materiais.
Abstract: Like any scientific field, Geography has its ways of modelling and evaluating phenomena constructed according to philosophical perspectives (these ways could be conditioned by views on change and complexification, for example). In this thesis, we suggest the possibility of certain meta-theories linked to systemic thinking (on “complexity” and “emergence” in particular) philosophically instructing the definition of a new sub-field of study in geographical science: “Sonic Geography”. In this sense, our guiding problem is the following question: can the Sound phenomenon, having manifested itself in successive stages of the evolution of the Cosmos, constitute an entity that would help realize Geography’s historic claim – that of treating aspects understood as “physical” and “human” in an integrated way? We believe that the search for a response to this object of reflection is justified for two reasons. Firstly, because it involves an attempt to bring philosophies into the geographical field that are not usually taken up by social science epistemologists (perhaps due to a prejudice against perspectives perceived as naturalistic). Secondly, we think it is justified because it warns the geographical community that Sound phenomenon is still an under-exploited element in analyzing landscapes (neglecting its power to reveal the hybrid and connective character of nature). For this reason, the objectives of our reflective essay end up covering two respective intentions (both, however, of a theoretical nature – since we haven’t reached the stage of applied studies): [1. on the ontological scale] to attribute to Sound the role of an entity that narrates the complexification of the Cosmos (scientific data would demonstrate its resurgence in successive and emerging dimensions – physical, biological and cultural, in this case); and [2. on the epistemological scale] to give Geography an alternative possibility to realize its secular ideal (since in the form of a “mirror” of those emerging dimensions, “Soundscapes” would concentrate the overlapping of material, biological and cultural aspects). The basic assumption is that this possibly constituted “sonic” subfield would ultimately be a kind of highly complex Cultural Geography – singular, but nonetheless underpinned by both acousticenvironmental data (the physical dimension of Sound) and physiological-perceptual data (the biological dimension of Sound). In terms of method, we carried out the study by undertaking the intellectual challenge of making literature from various sources compatible. The development of the idea of a geographical science that has historically been in search of methods faithful to the aim of studying the Earth as an integrated structure needed, for example, to be preceded by a metaphysical history of the Earth itself – a preliminary stage in which we sought to demonstrate that it ended up being a stage for the evolutionary flow of Sound to find increasingly complex contexts of manifestation: from the atmosphere to the biosphere; from the biosphere to the sociosphere. Although we recognize that an implicit hypothesis (that of the value of a Sonic Geography as a reconstitution of the discipline’s ancient philosophical purpose) has not been “tested”, we believe it has been possible to conclude: in order to not remain in the mere rhetoric of a science that is differentiated because it is connective, it is up to the production of geographical knowledge to actually examine the multidimensional constitution of its object. And not succumb to the temptation to see the greatest possible degree of complexity in humanism. The human dimension, the so-called socio-cultural reality, is not based on entirely autonomous processes. And Sound would be a factor in showing us that the spatial systems of human communication are associated with physiological processes that are also seen in some other living systems, just as much as they remain dependent on physical processes linked to material systems.
metadata.dc.description.unidade: Instituto de Ciências Humanas (ICH)
Departamento de Geografia (ICH GEA)
Description: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2024.
metadata.dc.description.ppg: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Licença:: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Appears in Collections:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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