A EAPE e a formação continuada de professores na rede pública do Distrito Federal no pós-pandemia : avanços, retrocessos e resistências

Abstract

Esta pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília, Linha de Pesquisa Profissão Docente Currículo e Avaliação, tem por objetivo geral compreender a formação continuada nos processos de reconfiguração da educação no período pós-pandêmico e por objetivos específicos: caracterizar como a relação capital-educação na qual se insere a formação de professores; apontar o processo de desenvolvimento da formação continuada no Brasil, as concepções e as forças em disputa no campo da formação de professores e analisar a relação dos aspectos da formação continuada de professores da educação básica do Distrito Federal, nas etapas dos anos iniciais e anos finais no período pós-pandêmico. A pesquisa está vinculada à produção do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação e Atuação de Professores/Pedagogos - GEPFAPe, e constitui-se como um dos projetos que integram a Pesquisa: Observatório da Educação Básica: impactos da pandemia sobre o direito à educação e a reconfiguração do trabalho docente, pesquisa financiada pela CAPES que visa constituir um Observatório da Educação Básica como instrumento de controle social das políticas públicas de Educação. Foram analisadas 89 propostas de cursos de anos iniciais e anos finais elaboradas pela Unidade-Escola de Formação Continuada de Profissionais da Educação do Distrito Federal. Da análise emergiram categorias que permitiram compreender o nosso objeto para além da aparência, evidenciando uma política local em consonância com os processos de reconfiguração do trabalho, na perspectiva da acumulação capitalista, por meio de mecanismos de padronização da formação continuada no movimento de aumento da tecnologização do processo que favorece o aumento do controle sobre o trabalho docente, retirando a autonomia do formador, impondo-lhe o ritmo de trabalho por meio da plataformização, além de estabelecer a individualização como forma de trabalho, já que cada formador realiza a maior parte de seu trabalho em casa, o que opera em favor da responsabilização destes pelo resultado. A pesquisa revelou ainda que o espaço de formação continuada no Distrito Federal se constitui espaço de luta e resistência dos formadores que se articulam e constroem coletivamente formas para enfrentar o avanço das políticas que operam contra a educação, portanto, embora governos e empresários avancem no aprofundamento do desmonte da formação continuada, este segue sendo um campo em disputa.